A
potência é a característica da força predominante na maioria das modalidades
esportivas. Esportes que exijam saltos, sprints curtos, mudanças de direção e
agilidade – como tênis, basquete, vôlei e handebol – se beneficiam do
treinamento da potência. Estas ações necessitam da coordenação de todo o corpo
para serem perfeitamente executadas, portanto o atleta deve condicionar seu
corpo a executá–las. Somente os exercícios com pesos livres permitem ao atleta
treinar desta forma.
Os exercícios com peso livre, multiarticulares e de cadeia
cinética fechada (onde a extremidade do membro fica fixa) são reportados na
literatura científica como sendo os que oferecem maiores demandas metabólicas,
estabilização e coordenação (1) (2) . Como exemplo desses tipos de exercícios
temos os levantamentos olímpico, agachamentos, levantamento terra, entre outros
A utilização de máquinas para se treinar potência em atletas é
uma prática bastante comum, porém é preciso levar em consideração que a máquina
retira o efeito de estabilização e coordenação do exercício, pois opera em um
padrão fixo de movimento. Conseqüentemente a demanda metabólica tende a
diminuir. Além disso, o atleta se vê obrigado a se ajustar ao padrão da
máquina, ignorando sua própria característica anatômico–funcional. O ponto é
que as máquinas foram criadas para treinar músculos e não movimentos. Para o
treinamento de atletas o princípio mais importante é o da especificidade, que
inclui a mesma ativação bioenergética e mecânica da modalidade praticada no
exercício (1)(2) . O atleta deve treinar como ele compete!
Relação Levantamento Olímpico e Potência muscular
Estudos demonstram que os exercícios de levantamento olímpico –
o arranco, o arremesso e derivados destes – são os exercícios de peso livre que
produzem o maior pico de potencia (1)(4) . Os levantamentos olímpicos utilizam
a coordenação de todo o corpo para serem executados. Além disso, fazem à
completa extensão das articulações dos membros inferiores (quadril, joelho e
tornozelo) num padrão similar ao utilizado no salto vertical e sprints (3) .
MacBride et al (1999) comparou levantadores de peso,
levantadores básicos(“ powerlifters” ), velocistas e sujeitos destreinados. A
potência produzida foi calculada através de saltos com peso 20kg; 40kg; 30%,
60% e 90% de 1RM normalizado pela massa corporal do sujeito. Os resultados
estão apresentados no quadro abaixo:
Os levantadores de peso atingiram o maior pico de potência em
todas as cargas analisadas. Estes resultados indicam que o treinamento de LPO
influencia diretamente no aumento da potência.
Conclusão
O treinamento de LPO promove o aumento da potência dos
levantadores de peso, portanto a inclusão desses exercícios para as demais
modalidades esportivas parece ser uma opção a ser considerada. Esta aplicação
do LPO em outras modalidades esportivas será explorada num próximo ensaio.
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